Já pensou em como a Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) impacta as cidades de Redenção e Acarape? E os estudantes que vieram com a universidade, como passam a viver nas cidades e no seu contexto urbano? Será que eles estão articulados em relação as suas dificuldades, lutas, dinâmicas e direitos? E, de outro modo, como as cidades impactam a Universidade?
É pensando essas questões que o projeto “ESTUDANTES, DIREITOS E TERRITÓRIOS URBANOS NO MACIÇO DE BATURITÉ: uma experiência de territorialização e democratização na assistência estudantil da UNILAB”, vinculado ao grupo Diálogos Urbanos de Extensão e Pesquisas Interdisciplinares, realiza uma pesquisa com foco nos eixos temáticos de assistência estudantil/direitos estudantis e cidade/territórios/direitos urbanos. O projeto articula atividades de investigação, coleta, sistematização, análise e apresentação de dados sobre os perfis estudantis e os territórios intraurbanos dos municípios de Redenção e Acarape.
Considerando a cidade enquanto palco das relações sociais, da pluralidade das manifestações culturais e políticas e das múltiplas relações e conflitos, envolvendo diferentes agentes, situações e questões vivenciadas, a Universidade se evidencia como o lugar na/da cidade onde a reflexão dessas dimensões se faz contínua, promovendo a interação com os espaços urbanos e uma formação cidadã que valorize o respeito às diferenças e diversidades socioespaciais e a busca por entendimento e reconhecimento do lugar que se vive.
Neste sentido, a pesquisa realiza pesquisas de campo nas cidades de Redenção e Acarape, buscando um entendimento maior acerca do território, das cidades e das relações que se estabelecem dentro desse contexto. Também realiza oficinas de mapas participativos e cartografia social que passam a ser um pilar da pesquisa, identificando sentimentos/percepções, aspectos positivos e situações problemáticas experienciadas por jovens discentes residentes em Redenção e em Acarape. Essas oficinas também agregam recortes identitários envolvendo mulheres, indígenas, quilombolas, LGBTq+ e religiões de matrizes africanas, com o intuito de gerar uma informação espacializada sobre as forças e fraquezas, bem como as oportunidades e ameaças que tais grupos sociais, determinado por recortes de identidade experienciam em seus bairros, territórios intraurbanos e cidades. Também produzimos, em parceria com o artista plástico André Dias, sketches urbanos, que são desenhos que retratam cenas e situações do cotidiano urbano dos Municípios. Neles, o desenhar adquire o caráter de construção processual de conhecimento, envolvendo a proximidade e, pode-se dizer, até mesmo, a cumplicidade com o que se desenha (KUSCHNIR, 2012).
Mesmo diante do contexto de pandemia a equipe não parou suas atividades, dentro do possível, foram traçadas novas estratégias de atuação, possibilitando a continuidade dos trabalhos em desenvolvimento, bem como o planejamento de novas ações do projeto. Desenvolvendo, inclusive, ações com foco no enfrentamento à Covid-19 em Redenção.